A Deusa Taweret - Capítulo 30 - A Diáspora de Taweret PARTE 2

Capítulo 30 - A Diáspora de Taweret - Parte 2

E eu vejo o Templo da Taweret, que alguns anos atrás foi o barraco onde a minha mãe Sarah morou como professora da ONU por só um mês. Ela estava agora parecendo um templo mesmo. As paredes agora eram grossas e ornamentadas com vários detalhes. E algumas colunas vermelhas de um estilo oriental sustentavam as telhas e o teto do Templo.

E lá dentro em um trono dourado.

Estava a Taweret.

- Olá, meu filho. Então você veio.

E ela fecha os olhos e abaixa a cabeça.

‘’Meus súditos e fiéis, o filho da Sarah é o meu convidado e nenhum de vocês está autorizado a encostar nele. Quem estiver no Templo eu quero que saia e me deixe sozinha com ele’’.

Eu imaginei que estava só alucinando e fosse unicamente na minha cabeça. Mas então quem estava lá dentro começou a se retirar prontamente do local.

E quando só tinha nos dois os pesados portões de ferro são fechados.

- Pronto. Um pouco de privacidade, filho de Sarah. O que achou do Templo? Eu fiz o design com a memória da infância da sua mãe de um reino chamado Japão e misturei com a arquitetura egípcia. Gostou?

Ela só estava jogando conversa fora para descontrair. Mas realmente tinha ficado muito bonito o Templo, seja por fora como por dentro.

- Taweret, não precisa tentar me deixar confortável. Eu não tenho medo mais de você. Eu já perdi tudo mesmo. Mas eu queria fazer algumas perguntas.

- Pode começar, meu filhotinho.

- O que foi aquilo que eu vi? A vila toda estava oculta.

- Eu criei uma esfera de sonho em volta da tribo. Basicamente quem está em volta só vê como era o lugar e não como ele está. É mais complexo que isso, pois funciona mesmo que a pessoa não tenha visto o lugar.

- Você insere a sua memória na cabeça dela. Então na entrada eu vi meio que um VR só quem sem o óculos de realidade virtual.

- Não sei o que seria esse VR. Mas é isso. Como você é inteligente! Mais outra pergunta?

- Como vocês tem uma turbina e lâmpadas?

- Temos mais coisas. Quis dar um conforto para eles. Pense no meu poder como a atração de um ímã ou a gravidade de planetas. Essa esfera de proteção só é forte na vila porque está próxima de mim. Mas o meu poder se estende em um raio de vários quilômetros, só que bem mais fraco. Eu estive influenciando com pequenas sugestões os moradores locais a comprarem coisas que nem eles sabem por que compraram. Lâmpadas, materiais de construção diversos, peças diversas, até geladeira. E quando passam na rodovia aqui perto a influência é tão grande que eles param aqui próximo e deixam as mercadorias no meio da estrada. Sem depois lembrar o que aconteceu. E de lá nós trouxemos tudo com calma.

Geladeira?

Inacreditável.

- Deusa, eu sei que você pode ler a minha mente e meus sentimentos. Então você sabe o que eu mais quero saber. Eu vim para cá unicamente para saber onde e como o meu pai está.

- Sim. Isso será revelado. Mas primeiro preciso que você se aproxime de mim e tome esse Chá.

Na mão dela havia um pote oval de madeira com um líquido verde e saindo fumaça.

Eu me aproximo e pego o chá das mãos dela.

- Se eu beber você irá falar toda a verdade?

- Sim. Eu não irei mentir para ti. Mas purifique o seu corpo antes.

Eu já tinha lido os relatos e sabia o que aconteceria comigo se eu bebesse.

Mas mesmo assim eu bebo. Eu precisava resgatar o meu pai.

Aquela água quente desce e eu sinto um calor subindo. Eu não consigo respirar e caio no chão tremendo.

E a minha vista vai se apagando aos poucos.

Então talvez este foi o fim do meu pai?

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Quando eu recobro a consciência a Taweret estava gargalhando fora do trono, sentada no chão do meu lado.

- Oi? Eu apaguei por quantos dias?

Ela para de rir e nota que eu tinha acordado.

- Dias? Você teve um ataque e ficou no chão por alguns minutos. No máximo uns três minutos só.

- Como assim? Eu bebi o Chá da Taweret! E ele agiu no meu corpo.

A Deusa pega o recipiente vazio e puxa uns fiapos verdes de mato comum de dentro.

- Filho bobinho, é só água quente com capim. Não é nada mágico. Eu não preparei chá nenhum de verdade pra você. A sua reação foi causada só pela sua imaginação. Eu estava ‘trolando’ você. É essa a palavra que vocês usam lá fora? Era só uma brincadeira minha.

Eu me sentia como um hipocondríaco que diz ter asma e que os sintomas melhoram depois que o doutor dá um nebulizador fora da tomada para ele.

- Então eu estou bem?

- Claro. Vem cá.

A Deusa se arrasta no chão e me bota no colo dela. Como ela estava ligeiramente maior, eu ficava parecendo uma criança mesmo tendo 18 anos.

Eu estava esperando a Deusa Cruel e Poderosa com cara de Hipopótamos e cauda de réptil.

Mas ao invés disso eu encontro a minha mamãe rindo de mim e me botando no colo, sentada no chão mesmo como se fosse uma simples pessoa.

- Por que você está me tratando assim? Por que você não está me ameaçando como fez com a Sarah?

E com a última risada a Taweret volta ao seu olhar estoico e face calma para me explicar.

- Filho, eu precisava da sua mãe. Ninguém entende ela melhor que eu. Eu sou a sua mãe. E a sua mãe sou eu. Você veio desarmado e com boas intenções, diferente do seu pai. Então eu não vou te tratar mal.

E ela puxa a minha cabeça e me encosta no corpo dela. Os seios dela eram tão grandes que se apoiam no meu cabelo e quase englobam o meu crânio de tão volumosos. Na hora eu sentia uma sede e um tesão estranhos por aqueles peitões gigantescos e receptivos da minha própria mãe e ali tão próximos de meus lábios e da minha boca.

- Eu consigo escutar a sua mente. Seu Taradinho. Vem. Pode mamar.

E me sem pedir permissão ela pega o meu rosto e enfia o peitão dela na minha. Sufocando eu sinto aquele mamilo grosso como se fosse um pênis entrar na minha boca. Ela era tremendamente forte e eu não podia lutar contra. Mas não havia violência no ato dela. Os braços dela eram como troncos rígidos e carinhosos, onde você só se machuca se resistir e lutar contra eles.

E o leite de Mãe começa a jorrar na minha boca e eu sinto um amor maternal indescritível e tão profundo e antigo que eu nunca senti. E mamando e chupando como um bebê com a sua chupeta eu começo a chorar de leve.

- Isso. Solta a sua tristeza que você tem dentro de ti. Bota para fora. Calma. Você perdeu a sua mãe e seu pai e ficou sem norte e sozinho. É natural que se sinta tão solitário. Mas a sua mãe está tão feliz que você está aqui e bem. Bebe o quanto quiser.

A cada chupada eu sentia um afago de minha mãe Sarah na minha alma, e uma lembrança materna esquecida do passado brotava na minha mente. Memórias e sorrisos dos poucos dias que eu tinha com a minha mãe em Londres vão se avivando dentro de mim como eu estivesse vivendo eles naquele instante.

- Está vendo? Esse é o amor da sua mãe. Ela nunca te abandonou. Eu sei que você sempre pensou que a Sarah preferia os jovens das tribos do que você, mas ela sofria por estar longe de ti. E a sua mamãe teve que se sacrificar pela vocação dela de ensinar. E um dos motivos que eu te trouxe aqui foi para acalmar esse pequeno fragmento de mim, que é a sua mãe.

Agora tudo fazia sentindo!

A Taweret insistiu tanto em me trazer ali porque a minha mãe ainda vivia nela e me amava!

E eu solto daquele mamilo já pensando em cair de boca nele, mas eu precisava falar.

- E o meu pai? Você pode falar dele agora?

- Tem um outro pedido que eu quero fazer pra ti. A Sarah queria te rever, e a Taweret tem uma proposta só dela também.

Eu sabia que haveria algum preço.

- Pode falar.

- Bom, eu quero que você vire um habitante de tribo. Você vai ter a sua casa e o seu livre arbítrio cristão. Não precisava seguir nenhuma rotina ou ritual daqui. Comida e água te serão providenciados todo dia. E ninguém poderá encostar um dedo em você, e nem você em ninguém daqui.

- E? – Não poderia ser só isso.

- E eu preciso criar outras tribos como essa pelo mundo. E você, junto com o Zabu, serão responsáveis por administrar isso. O que eu necessito são outras comunidades tribais pelo mundo que espalhem a palavra da Mãe Taweret. E principalmente, me tragam Candidatas.

- Candidatas?

- Sim. A sua mãe e você mesmo tem vidas curtas que não duram sequer um século, contudo eu preciso pensar muitos milênios a frente. E como não quero viver em uma maldita estátua por mais 3000 anos, eu preciso de outras Sarahs.

- Você quer que eu crie um sistema de recrutamento de futuros recipientes seus? Depois que você descartar a minha mãe?

- Olha como a sua raiva é baseada em preconceito injustificado. A sua mãe vive eternamente como parte de mim, então o seu ‘descartar’ é só o Ritual que será feito quando a morte se aproximar deste corpo. E ela virá comigo para um segundo corpo. E um terceiro. E um quarto. E um quinto. Enquanto a Deusa Taweret existir nesse mundo a sua mãe também existirá. Quando vocês morrem e seus corpos são postos naqueles caixões de madeira vocês dizem que o seu deusinho descartou vocês? Pare de só enxergar esse mundo carnal.

- Tudo bem, foi mal. Continua, por favor.

- Então, a sua mãe não é qualquer uma. O corpo e mente dela eram perfeitos para essa função. Vocação para se doar e sacrificar pelos outros ensinando idiomas. Amor materno pelo filho e conjugal pelo marido distantes de seu trabalho. Uma mente forte para sobreviver em lugares inóspitos e isolados. Um corpo fértil e saudável. Ela tinha tudo para aguentar o meu poder e não surtar. Eu não posso pegar uma menina aleatória e sem preparo para habitar em seu corpo como um novo Avatar assim do nada. Se o corpo não aguentar, talvez eu mesma corra risco de perecer e ter o mesmo destino de meus Irmãos. É uma possibilidade de erro que eu não posso tolerar no futuro quando precisar de um novo jarro para despejar a minha alma, ele tem que aguentar o tranco e não trincar ou quebrar.

- Então essas vilas irão treinar estas garotas? Como uma seleção?

- EXATO! – Diz a Taweret eufórica. – Eu quero uma seleção das melhores garotas como Candidatas. Estas meninas serão capturas e feitas como escravas e terão que atender aos apetites sexuais de uma vila inteira. Aquelas que resistirem bem a essa vida dedicada ao papel feminino da mulher, ao ciclo da vida que eu como Deusa protejo, seguirão em frente para outros níveis. Somente aquelas que forem sequestradas e estupradas e não enlouquecerem ou entrarem em depressão poderão passar as próximas etapas. e nessas outras categorias superiores somente aquelas que gestarem com saúde os bebês da tribo ascenderão aos últimos degraus dessa escada. E por fim somente aquelas que amarem com paixão e sinceridade os seus filhos negros e dedicarem o seu amor à mim, à Taweret; e quiserem repetir esse processo de vida e procriação para exterminarem e sacrificarem completamente a sua existência de carne por este fim magnífico e belo. Estas serão as Candidatas finais. Deve ser uma triagem que começa com dezenas de milhares de jovens adolescentes brancas. E que na última etapa sobrará só o suficiente para com os dedos da mão se possa contar quais são as Candidatas. E essa quase dezena de demônios brancos femininos virão aqui para a Zâmbia e eu escolherei pessoalmente o meu novo recipiente. E está mulher será a minha nova Campeã, o meu novo Avatar, a minha nova Sarah.

O plano era maquiavélico e gigantesco demais para que eu processasse tudo de uma vez só. Mas basicamente a Deusa Taweret queria que eu criasse comunidades africanas pelo mundo com o intuito de abusar de jovens brancas e fazer elas de escravas sexuais para gerarem filhos. Até que algumas poucas delas tenham criado resistência e se acostumado aos abusos, ao ponto da resiliência mental e física dessas Candidatas aguente a Transferência de Alma da Taweret para o seu corpo.

Mas agora eu notei um problema que até este momento eu não tinha percebido mesmo depois de tanto tempo.

- Pera aí. Por que brancas? E por que negros? Achei que era coincidência você ser a Mãe dessa tribo no meio da África. E que os peregrinos do Egito eram homens brancos.

Ela ri sarcasticamente.

- E o Egito fica onde senão na África? Homens brancos? Essa é a diferença de um preconceito racial de filmes e livros. Eu estive lá pessoalmente. Você acha que os egípcios eram branquelos bronzeados, com cabelos lambidos pretos e rímel escuro nos olhos? Tudo isso no meio de um sol escaldante? Eles eram exatamente como estes que você vê aqui na tribo. Nenhum deles se misturou com pessoas da Zâmbia. Se eles parecem africanos aos seus olhos é porque são. A raça pura da humanidade é a preta. Todas as outras são raças auxiliares e dão suporte a essa primeira. Por isso eu quero que o meu avatar seja sempre da cor destas diabretes brancas das cidades de pedra, pálidas como o luar. Quero poder me destacar no meio dos meus filhos com esse contraste de tons.

Taweret está me pedindo uma espécie de Diáspora pelo mundo. Ela basicamente queria que eu colonizasse a Terra através do sexo e com o poder da Deusa.

- Eu aceito essa sua Diáspora. Mas em troca eu quero que você me fale do meu pai.

- Tudo bem. Você oficialmente vive aqui agora e é habitante da tribo. Eu tenho poder total pela sua carne e pelo seu espírito. Eu sou a sua Mãe e a sua Deusa agora. Sou o único motivo que você viverá. Você não bebe mais água, você bebe o meu sangue. Você não come mais pão, come da minha carne. Você não sonha mais nada a não ser aquilo que eu quiser te mostrar. A sua existência inteira me pertence e eu posso fazer o que eu quiser, assim como fiz com a sua mãe, com a sua Sarah. E assim eu falo o que houve com seu papai, aceita?

- Já havia dito que sim. Eu sou um instrumento seu, minha Mãe.

E mamando nas tetas enormes da minha mãe Sarah, a Deusa Taweret começa a falar o que aconteceu com o meu pai.

E o preço por essa informação foi que agora eu teria que propagar o amor da Taweret pelo mundo inteiro.

E que a Diáspora de Taweret comece.

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Comentários

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05/08/2020 22:34:10
Muito bom e seus comentários ainda quase me fazem acreditar que isso possa ser real
05/08/2020 22:04:00
Adorei continua assim obrigado
05/08/2020 19:45:20
Prévia do Capítulo 31 já está aqui rs
05/08/2020 18:54:59
Tudo que posso dizer é que eu não me tornei uma Candidata, infelizmente não cheguei tão longe nestes níveis hierárquicos. Sou só uma Camila escritora mesmo (^-^)
05/08/2020 18:53:36
Mas talvez (não posso afirmar com certeza) nem o Umba soubesse da origem mística de tudo isso. E nome 'Camila' foi só um regionalismo nacional dessas jovens ingressantes desse ''processo seletivo'' rsrs. Em outros países pode ter outros nomes. Quem sabe?
05/08/2020 18:51:41
E sim, é daí que vem as Camilas rsrs. Mesmo que depois isso tenha entrado em outros contos como blogs que se tinha do Chefe Umba, ele copiou esse modelo da Zâmbia e estabeleceu relações com Zabu e o filho da Sarah. Ele será um personagem importante e terá o seu nome revelado no próximo livro, que terá a A.D.A como personagem central da trama
05/08/2020 18:49:09
Se o garoto tivesse aceitado o Chifre ou outra arma. Ele estaria morto. Alvo'o quase matou ele sem nem perceber. A tribo já estava de saco cheio de Ada e talvez a Taweret não fosse fazer vista grossa se ele não tivesse ido como ele foi :)
05/08/2020 18:47:41
''- Filho, eu precisava da sua mãe. Ninguém entende ela melhor que eu. Eu sou a sua mãe. E a sua mãe sou eu. Você veio desarmado e com boas intenções, diferente do seu pai. Então eu não vou te tratar mal.''


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