Fiquei paraplégico e achava que a minha vida tinha acabado, mas ele me salvou

Um conto erótico de Will (シ)✌
Categoria: Homossexual
Data: 01/04/2017 10:39:39
Última revisão: 01/04/2017 23:13:04
Nota 8.62

Abri os olhos e a luz me cegou, tinha acabado de amanhecer, olhei para baixo e o vi dormindo no meu peito.

Maurício e eu estávamos noivos, iríamos nos casar em dois meses, ele tinha 21 anos, era bem mais jovem do que eu e na verdade não entendo como fui me apaixonar por alguém tão mais jovem porém aconteceu, a alguns anos atrás nunca havia pensado em me casar com ninguém, nunca havia me apaixonado de verdade e de repente me vi amando-o.

Maurício era moreno pele canela, cabelo castanho, olhos da mesma cor porém mais claros quase verdes, tinha músculos mais suaves e não muito evidentes, barriga lisinha, pernas grossas que eu amava e estatura mediana...

No momento eu estava olhando-o, admirando sua beleza e pensando em como o amava, ele abriu os olhos lentamente, suspirou e se espreguiçou, olhou para cima e viu que eu já estava acordado.

_ Bom dia? A quanto tempo você está aí me olhando?

Ele falou sorrindo para mim.

_ Bom dia! Faz um tempinho que acordei, estava pensando na vida, só isso.

Ele levantou primeiro que eu e se dirigiu ao banheiro.

Morávamos na minha fazenda, bom, ele ainda não mas praticamente sim, suas coisas já estavam junto as minhas no closet e passava dias e mais dias aqui, mesmo que ainda não tenhamos nos casado.

Namorávamos a 4 anos e finalmente resolvemos casar, eu tenho 35 anos e uma irmã de 19 para cuidar, nossos pais morreram quando ela tinha 10 anos e eu tive que cuidar dela desde então. Renata é mimada, tudo tem que ser do jeito que ela quer, não quis estudar nem ter responsabilidades até o presente momento, mas creio que metade disso tudo é culpa minha, pois senti pena por ela ter perdido nossos pais tão cedo e a mimei demais.

Afastei os pensamentos de toda a minha vida e resolvi levantar da cama, fui até o espelho que ficava ao lado e fiquei olhando-me, gosto da minha aparência, sou alto, forte muito forte, gostava assim, pele branca, cabelos pretos e lisos jogados para trás, olhos verdes.

_ Rogério? _ Ele me chamou.

_ Oi? _ Virei para olhá-lo.

_ Não vai vir tomar banho junto a mim?

Me dirigi ao banheiro, ele já havia entrado no box, escovei meus dentes e entrei junto a ele.

Minha vida era perfeita, adorava a vida no campo, cresci aqui, após a morte dos meus pais administrei tudo com muito cuidado e responsabilidade, nossa fazenda se tornou a mais importante de toda a região. Cuidei da minha irmã, agora estava noiva da pessoa que verdadeiramente amava, estava tudo perfeito.

Saímos do banho e fui me vestir...

_ Você tem muitas coisas para fazer hoje?

_ Agora pela manhã sim.

_ Podemos nos encontrar mais tarde? Sairmos um pouco pela cidade.

_ Claro amor, sem problemas.

Dei um selinho nele e saímos.

Logo pela manhã sempre gostava de olhar toda a fazenda a cavalo, tinhamos plantações de uvas, exportávamos para fora, também tinha nosso próprio vinhedo, também exportávamos nosso vinho, meu pai se empenhou quando vivo e nos fez grande e eu com muita responsabilidade continuei a fazer crescer tudo que ele deixou.

Tinhamos terras virgens e eu estava planejando aumentar, talvez fazer outras plantações, estava andando muito por alí ultimamente, já conhecia bem o local e como todos os dias estava fazendo fui até lá. Mal sabia eu que minha vida mudaria completamente apartir dalí.

Entrei na mata com o cavalo, por alí existia uma ribanceira, estava tudo sobre controle quando Zeus, meu cavalo, se assustou com algo, começou a pular muito, olhei para o chão e vi uma cobra, foi muito rápido e tentei acalmá-lo mas ele pulava mais e mais, não consegui me segurar e caí, desci bolando ribanceira abaixo com grande velocidade, quando finalmente parei batendo as costas muito forte em uma pedra enorme com todo o peso do meu corpo, a dor foi tão grande que apaguei.

Acordei com uma luz invadindo meus olhos e me cegando, bati meus olhos e fui me acostumando com a luz, vi um médico me examinando e uma enfermeira do lado.

_ Muito bem, lembra seu nome e o que aconteceu?

Sim, apesar da confusão mental que eu sentia me recordava do meu nome e da minha vida, mas não sabia porque estava alí.

_ Rogério... O que estou fazendo aqui? Cadê a Renata, o Maurício...

O médico me interrompeu.

_ Calma, vamos com calma, você irá lembrar! Sofreu um acidente lembra? Com o seu cavalo.

Sim, as imagens invadiram minha mente, eu podia lembrar de tudo!

_ Sim... Sim eu me lembro.

_ Não se mexa, procure ficar calmo, vou chamar sua irmã.

O médico se retirou e saiu deixando a porta aberta, podia vê-lo do lado de fora conversando com a minha irmã. Tinha algo, um aparato médico que vinha até o meu pescoço e me deixava imóvel, aquilo era desconfortável.

Ela se aproximou devagar, olhava para mim com lágrimas nos olhos...

_ Rogério, temos que conversar.

Eu a olhava sem entender nada, mas esperei que falasse, por mais que achasse estranho vê-la tão séria.

_ Esse acidente deixou sequelas.

Ela colocou a mão na boca e olhou para o outro lado.

_ Você... Você não pode mais andar Rogério, ficou paraplégico.

Cresci os olhos.

_ Não, isso é mentira, só pode ser brincadeira!

Ela virou para mim com as lágrimas já descendo e molhando todo o seu rosto.

_ Você acha que eu brincaria com uma coisa dessas?

_ Mas como? Como isso foi acontecer? Não, eu não posso aceitar isso.

Tentei me mexer mas não conseguia porque aquela coisa que me colocaram não permitia.

_ Chama os médicos, quero vê-los, como permitiram que isso acontecesse?

_ Calma Rogério, a semanas vinham estudando o seu caso, nada foi tão simples, ok? Você estava inconsciente todo este tempo.

_ Quer dizer que fazem semanas que eu estou aqui?

_ Sim.

Respirei fundo.

_ Chame o médico.

Ela saiu.

Aquilo não podia ser verdade, era demais para minha cabeça, um dia eu estava vivendo a minha vida como todos os outros, tudo perfeito e de repente eu caio e acordo em uma cama de hospital descobrindo que estou paraplégico.

O médico entrou logo após.

_ Eu sinto senhor Rogério, mas é verdade.

Eu não respondi nada, fiquei em silêncio, pedi que saíssem e fiquei sozinho. Eu iria travar uma luta naquele momento, mas não aceitaria tudo assim tão fácil, nem que fosse preciso ir para os EUA ou qualquer outro país, sou forte o suficiente e não vou me deixar vencer.

Aquilo parecia um pesadelo, Fechei meus olhos e acabei dormindo, quando os abro novamente dou de cara com Maurício, ele estava chorando, se aproximou de mim e me olhou nos olhos secando as lágrimas.

Quebrei o silêncio...

_ Amor estava te esperando, só você para me dá forças em uma hora dessas! Quando sair daqui vou procurar tratamentos melhores em países com maiores recursos...

Ele me interrompeu.

_ Desculpe Regério, eu... Eu passei todos esses dias pensando... Não posso com tudo isso, não dá!

_ Como assim?

_ É demais para mim, o que eu sinto por você é muito forte, mas... Você vai ficar assim e talvez para sempre, não consigo, desculpa mas não dá! A algumas semanas estávamos felizes, iríamos nos casar e de repente você fica assim, é demais para mim, é muita responsabilidade, meu pai falou para eu pensar bem antes do casamento porque até o momento ainda não tenho obrigação nenhuma e ele tem razão, é melhor decidir logo antes de tudo.

_ Espera!

Dei um sorriso de que não estava acreditando.

_ Onde você quer chegar com tudo isso?

_ Eu sinto muito, mas não posso, acabou!

Ele tirou a aliança sem me olhar nos olhos e colocou sobre o meu peito, depois saiu em passos lentos.

Eu nunca, até aquele exato momento havia me sentido tão derrotado, estava no fundo do poço, ou melhor, na sombra do fundo do poço. Não tinha mais minhas pernas, meu amor e minha dignidade! Sempre fui uma pessoa segura, de total auto-estima, mas naquele momento pela primeira vez me senti o oposto.

Senti lágrimas descerem pelo meu rosto sem esforço e sem controle e alí era apenas o início do meu novo eu.

3 anos se passaram...

Viajei, pesquisei, falei com bons médicos, mas nada adiantou, continuei preso a cadeira de rodas.

Nesse tempo tudo mudou dentro de mim, o Rogério alegre, cheio de vida e carinhoso ficou para trás e cedeu seu lugar para um rancoroso, revoltado com o mundo e com todos. Passei a não acreditar mais na existência de um Deus!

Estava em uma profunda depressão, já tinha feito tratamentos para isso também mas sem resultado. O terapeuta me falava que essa revolta, a forma como trato todos era apenas uma atuação, eu não queria que ninguém sentisse pena de mim e para isso preferiria que sentissem medo. Sim, era verdade!

Eu gostava de causar medo nas pessoas, a forma como eu agia era sempre rude, não importa com quem fosse, não gostava de ver olhares de pena, quando fui a fazenda pela primeira vez e me deparei com os trabalhadores, Maria a mulher que sempre cuidou de nós desde que nasci e Renata percebi olhares de pena e logo mostrei minha rebeldia e ódio.

Ódio daquela nova vida, revolta de tudo que aconteceu, todos logo se acostumaram com meu novo eu, seus olhares mudaram de pena para estupefação e medo, era melhor que pena, com certeza, me sentia com um pouco de dignidade.

No momento tinha acabado de chegar a sala, iria comer o café da manhã quando Maria chega.

_ Rogério o Marcelo está procurando uma nova enfermeira ou enfermeiro para você.

_ Não, já disse que não preciso.

Falei grosso.

_ Precisa sim e não está em discussão, você tem que aprender a parar de maltratrar os enfermeiros que vem trabalhar com você, sabe muito bem que é necessário.

_ Não preciso de cuidados.

_ Precisa sim, querendo ou não e sabe muito bem disso.

Renata apareceu.

_ Hoje eu vou para uma festa na cidade.

_ De forma nenhuma.

Falei curto e grosso.

_ Você não manda em mim!

_ Experimenta para ver o que eu faço.

_ Que ódio, você é um carcereiro que não me deixa fazer nada!

_ Vou acabar aqui e você vai subir para me ajudar com os exercícios.

_ Rogério você sabe que eu não gosto de fazer!

_ Mas vai, é sua obrigação.

_ Não, não é e para de ficar fazendo a vida dos enfermeiros que vem cuidar de você impossível, porque não aguento mais ter que lidar com você sozinha, tenho só 22 anos, toda uma vida pela frente mas você não me deixa viver, depois que ficou assim se transformou em um amargurado. Foi você que sofreu esse acidente não eu, se quer morrer morra só, eu quero viver!

Saiu.

Era sempre assim todos os dias.

Marcelo ligou para mim e eu atendi.

_ Oi Marcelo?

_ Encontrei um enfermeiro disposto a cuidar de você e morar aí, mas pelo amor de Deus não estraga tudo como sempre porque você sabe que não é fácil.

_ Qual o nome do otário?

_ Miguel e não é nenhum otário, muito pelo contrário!

Revirei os olhos e desliguei.

Maria apareceu.

_ O Marcelo encontrou um enfermeiro.

_ Que ótimo! Pelo amor de Deus, não faz como com os outros, a última foi a Luísa, não demorou nem uma semana!

_ Se fossem bons enfermeiros suportariam tudo, não são bons profissionais.

Ela me olhou torto e eu saí empurrando a cadeira com minhas mãos, não queria cadeira motorizada pois com o esforço moveria meus braços e faria bastante movimento, era de certa forma uma maneira de estar sempre em movimento, mesmo que sem mover as pernas.

Já de costas falei...

_ Vamos ver se este agora me aguentará por muito tempo ou não.

Continua...

Olá? Este é o primeiro conto que escrevo. Gostaram?? Por favor falem nos comentários!🙃

Beijos.


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Comentários

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15/04/2017 00:05:55
Ótimo!!!
06/04/2017 20:21:47
Muito lindo o conto amei até o momento. continue escrevendo moço. ..
05/04/2017 20:48:01
Passadoooooo, amei, sou da área da saúde já acompanhando... Que não haja eutanásia
05/04/2017 13:29:52
The owl obrigado pelas "críticas construtivas" porém não considero minha escrita tão primitiva assim e com relação ao título procurei outro na minha mente e não me veio um, então coloquei este mesmo, sendo um "texto" ou não o que importa é ter um título, certo? Beijos.
05/04/2017 11:51:45
A proposta do conto é boa, mas está muito mal planejado, e a escrita um pouco primitiva. Não precisa ser um excelente escritor, nem todos são bons com escrita, mas você pode melhorar, a começar por colocar um título legal ao invés de um texto, quase um monólogo como título. A história precisa ser planejada, se continuar assim vai sair de maneira muito superficial. É apenas uma crítica construtiva, espero entender!
04/04/2017 17:56:17
Quase que, um plágio affs
02/04/2017 23:09:05
Muito bom.
02/04/2017 21:33:28
Que meeerda. Só passei a vista nas falas e já fui adivinhando tudo que ia acontecer. Entediante. Ainda mais dividindo em mil partes.
02/04/2017 01:40:31
Continue, pois achei bem interessante, mostra q tds tem direito ao amor
02/04/2017 01:39:02
01/04/2017 21:29:50
Já tem um fã viciado já 👏👏👏👏👏
01/04/2017 20:14:54
Gostei.
01/04/2017 16:17:34
Adorei o início! Tô louco pra ler a continuação!
CeF
01/04/2017 15:52:02
Muito bom, espero pra ver o desfecho dessa história
01/04/2017 13:35:23
Interessante
01/04/2017 12:00:35
Continua logo!
01/04/2017 11:52:43
Prossiga, caro Will. Há pouco mais de um ano, me propus a escrever aqui exatamente porque sou deficiente. Há um mundo quase inteiro precisando saber que estamos vivos, queremos amar, dar amor e deixar a nossa marca no mundo. Abração!
01/04/2017 11:42:17
Continua, faz outro hj. O único ponto fraco, o marcelo não é peludo kkkkk
01/04/2017 11:07:22
Muito bom! Vou acompanhar!


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