A História Inesquecível Cap.2

Cap.2

- Vocês já se conhecem ?- eu não acreditava que seria ele. O garoto que eu teria que ajudar era também aquele que mais me odiava, Justin Ferreira.

- Já, estudamos na mesma escola !- falei.

- Ah que ótimo. Tá ai filho, você não disse que não conheceria ninguém nesse bairro, pois agora conhece !- a mãe dele nos deixou sozinho, e ele estava com o mesmo olhar de sempre.

- O quê você está fazendo aqui ? Quer ficar perto de mim, é isso ?- RI.

- A última coisa que eu vou querer é ficar perto de você, Justin. Acontece que suas bagunças excessivas e tardes de bullyngs perdidas estão interferindo na sua nota !- ele colocou a mão na minha boca em seguida.

- Fala baixo, minha mãe não pode saber que eu não estudo direito.

- Pois eu bem que deveria contar ! Só pra ver se ela te aplica um corretivo e você para de machucar os outros.

- Eu não quero que você fique aqui, Renato Fontes !

- E você acha que eu quero ficar aqui com você ? Escuta aqui, Justin ! Sua mãe me pediu pra ajudá-lo - coloquei o dedo no rosto dele e parti pra cima dele, até o corpo dele bater na parede - e eu vou ajudá-lo, ou não me chamo Renato. E eu acho bom você estudar e passar em Matemática, ou eu conto tudo pra sua mãe !- ficamos nos olhando por alguns segundos - entendeu ?

- Entendi. Agora dá pra sair de perto de mim ? - sai rapidamente de perto dele e fui até a minha mochila. Peguei meu caderno e o livro e tomei a liberdade de pegar o dele também - quem te deixou mexer nas minhas coisas ?

- Ninguém, só estou adiantando o trabalho - escrevi as paginas de um exercício, e quando me virei pra entregar o caderno a ele, o peguei pelado no quarto - não tem vergonha ? Se vista, eu já estou fazendo muita coisa vindo aqui te ajudar, não sou obrigado a te ver pelado !

- O que é ? Tá com medo de gostar, é ? - RI.

- Fique tranquilo, Justin. Eu só fico com gente descente, não com imprestáveis que não querem estudar !- a verdade é que eu não ficava com ninguém. Mas não ia sair por baixo dessa.

- Vai ficar me xingando dentro da minha casa ?

- Foi você que começou ! Ande logo e venha, teremos uma prova sexta e você precisa passar ! Ainda não acredito que vou ter que te ajudar a passar !

- E eu não acredito que é você que vai me ensinar !

- Affs, quer saber, se lasque com a prova, você não merece que eu te ajude !- falei, guardando minhas coisas na mochila de novo.

- Não ! - quando eu ia sair do quarto, ele me segurou - eu não posso reprovar em Matemática, Renato ! Me ajude...

- Só vou te ajudar, porquê já havia prometido isso a sua mãe, não por você !- falei, recolocando os cadernos sobre a mesa.

TEMPO DEPOIS

- Você está entendendo ?

- Mais ou menos...

- O que você não entendeu ?

- Esse X... Porque aparece aqui ?

- Porquê na hora de multiplicar esses três números, o resultado vai ser X. E então você deve fazer meios pelos extremos e logo vai encontrar o resultado. Entendeu ?

- Acho que sim !- ele parecia meio desorientado.

- Se voce quer mesmo passar, te aconselho a estudar um pouco mais. Dedicar o seu tempo aos estudos nao é coisa de mané, como você disse. Vai apenas te trazer beneficios.

- E vai me fazer ficar sozinho e sem amigos ! - eu percebi a indireta.

- Eu tenho amigos Justin. Só não tenho mais porque a maior parte da nossa sala são iguais a você, verdadeiros bocós ambulantes que vão acabar tendo um emprego de merda e vivendo na pobreza. E eu tenho certeza que os meus amigos são muito mais verdadeiros que os seus, que apenas te levam pro mal caminho ! Me diz, qual daquele grupo iria vir pra sua casa te ajudar a passar de ano. Nenhum. Quem veio foi o estranho da turma ! Curiosamente aquele que você mais despreza, está agora te ajudando. Pense nisso !- falei, guardando minhas coisas na mochila. Foi a primeira vez que vi Justin se calar e apenas me ouviu. Acho que ele percebeu que tudo o que eu havia dito era verdade. Ele estava num caminho ruim, que o levaria a ruína.

TEMPO DEPOIS

- Dai eu falei umas boas verdades na cara dele. Nem sei porquê continuei lá e perdi meu tempo com ele. Acho que ele nem vai ligar pra essas aulas. Vai continuar com a Turma dos Tops - fiz aspas com os dedos.

- Ai amigo, você sabe que lacrou né ?

- Meu objetivo não era lacrar amiga. Apesar dele ser um bocó, a mãe dele não merece o desgosto de ter um filho reprovado. Ela é bem legal sabia ? Não merece o filho que tem.

- Eu imagino amigo. Mas ainda tô passada com esse acontecimento. Você e Justin, que não se bicam desde que você entrou aqui, tendo que estudar juntos.

- Foi uma tortura, mas eu tive que aguentar. Pra terminar, ele ainda ficou pelado na minha frente.

- COMO É QUE É ?- ela deu um grito alto, assustando todo mundo .

- Calma !

- Menino, me conta isso direito !

- Tipo, ele foi tomar banho, e saiu pelado do banheiro, acredita ? Acho que ele não bate bem não.

- Nossa. Mas e ai, é grande ?

- Sua tarada ! Eu nem prestei atenção. Mas eu acho que é - ela ficou toda vermelha - quieta o fogo guria. - RI. Basicamente neste momento vi Justin entrar na sala. Ele se encaminhou pra mesma fileira aonde sempre sentava. É, pelo visto minha conversa não havia influenciado em nada. Justin continuaria o mesmo pamonha de sempre.

TEMPO DEPOIS

Dias estavam se passando, e toda manhã depois de nadar eu ia pra casa dele, ajuda-lo. Não notava nenhuma diferença. Nossa relação era apenas ali. Dentro da escola, ele se comportava como se eu nem existisse.

- E então vocês devem trocar a variável da equação pra este lado, para achar o resultado da equação... - enquanto o professor de Matemática falava, pra minha surpresa e espanto, ele sentou na cadeira ao lado da minha - Pra achar o resultado dessa, é só multiplicar esses dois números por x e dividir, logo acharão o resultado.

- Vê se ta certo aqui, Renato.

Continua

E ai ??? Que bom que gostaram do primeiro gente ! Amo vocês. Como falei, encerrei dois contos, nada mais justo que substitui-los. Beijos