O Minotauro VI (Consumação /Parte 1)
Nota do Autor: Boa noite pessoal, esse capitulo ficou meio grande e com tres partes distintas que quebram um pouco da narrativa, então vou dividir ele em 3 partes, vou postar uma a cada dia, aí vai:
O Minotauro- Parte 6 (Consumação Parte I)
Levou um tempo até eu criar coragem de me aventurar fora do santuário, o Minotauro deixava muito claro que eu não deveria sair dos limites estabelecidos, apesar de não ficar ao meu lado o tempo todo. Provavelmente a fera tinha seus compromissos pois a maior parte do dia ela passava dentro do labirinto. E eu aproveitava para explorar, quem sabe eu não achava uma sida dali. Outra coisa estranha era que apesar de procurar uma saída esse não era meu objetivo primário mais, eu explorava pro curiosidade, mas eu não tinha mesmo para onde voltar, eu não podia, e não queria, voltar para casa. Nem Tritão nem o fauno apareceram mais, e eu provavelmente era grato por isso, eu realmente não entedia suas visitas e desconfiava que eles tinham uma agenda própria e que não me beneficiariam. E para explorar não havia muita opção, o campo, o lago, as piscinas e a floresta, essa ultima me atraia, mas eu não ousava, de lá havia saído a harpia, o que mais ela poderia guardar?
Eu estava perdido em meus pensamentos quando ouvi a porta de pedra que dava para o labirinto ao lado do santuário deslizar, eu voltei correndo para a cama dentro do santuário como uma criança pega fazendo algo errado. De onde eu estava pude ver o Minotauro adentar o pátio do santuário, ele farejou o ar. A fera se portava como um caçador, bestial, mas ele tinha algo de humano, e era muito fascinante também observar a montanha de músculos que a cada passo fazia a terra tremer, eu não podia tirar os olhos e quando ele se virou e olhou para mim meu coração parou, um formigar tomou conta do meu corpo. Eu já não tinha dúvidas que ele estava me escravizando e meu corpo já respondia a seu “mestre”. Ele se aproximou de mim lentamente assim como ele fazia nos últimos dias, com certeza com medo que outra barreira fosse erguida entre nós. O Minotauro parou aos pés da cama, era uma visão ao mesmo tempo assustadora e picante, quando ele se inclinou e colocou os dois braços ao meu lado minha mão pousou em seus antebraços sentindo os músculos retesarem ao meu toque e o esforço de apoiar a criatura enquanto ele se debruçava sobre mim, sua língua percorreu meu peito, subiu pelo meu pescoço e finalmente entrou em minha receptiva boca. Minhas mãos subiram para seu peito e tentei abraçar seu pescoço enquanto a criatura me dominava com sua boca.
Aquela noite ele acendeu uma fogueira no meio do pátio, numa depressão que eu não havia percebido antes mas provavelmente tinha essa finalidade, ele sentou com as pernas cruzadas e me levantando no ar me sentou entre ela, eu podia sentir o coração da criatura batendo na ereção que pressionava contra mim, esse era o estado da criatura e eu me perguntava se era assim normalmente. O Minotauro vivia com o monstro entre as pernas duro, as vezes chegava a pulsar contra o abdômen da criatura furiosamente.
Apesar disso ele nunca tentou a penetração, ele me fazia servir a ele com minha boca e me penetrava com sua estranha língua, era claro que isso não era o suficiente para ele, que me parecia cada vez mais frustrado como era de se esperar de algo tão masculino e que enquanto exalava poder, para mim exalava a mesma quantidade de potência sexual.
Permaneci imóvel esperando que a criatura fizesse algo, mas ela ficou imóvel, uma das suas mãos estava apoiada sobre minha coxa e a outra suportava parte de seu peso, se não fosse pela enorme cabeça de touro e as patas bovinas seria um homem qualquer ao redor do fogo, aos poucos fui relaxando e me entregando a sensação de ter outro corpo próximo, de curtir o silencio companheiro. Tanta coisa havia mudado desde que fui expulso da tribo, mas algo ainda continuava em mudança dentro de mim algo que eu não conseguia visualizar.
Encostado na fera observando o fogo adormeci nos braços do gigante, em algum ponto da noite devo ter sido levado para o leito do Minotauro, pois foi ali que eu acordei. Acordei com a sensação de estar molhado, mas não estava chovendo, quando olhei para minha mão ela estava tingida de vermelho!
Levou um tempo para eu processar que aquilo era sangue, eu não sentia dor, então podia ser meu, as peles que forravam a cama estavam sujas também. O Minotauro ao meu lado estava imóvel mas respirava, o sangue parecia vir dele, ele estava machucado desde o dia anterior, quando voltara do labirinto, o que poderia ferir a fera ali dentro?
Um riso irônico chamou minha atenção, encostado em um dos pilares do pequeno refúgio do Minotauro estava o fauno.
“Parece que a artimanha do Tritão não é mais necessária...”
Ele caminhou até mim e pegou com força minha mãos, expondo as palmas sujas de sangue.
“Eu não tinha certeza se a espada que dei ao orc ia funcionar, vai levar pouco tempo agora.”
Eu estava atônito.
“Tritão permitiu que seu irmão passasse pelas defesas do labirinto, ele veio te resgatar junto a um bando de guerreiros das tribos, eles esperam encontrar os sacrifícios ainda vivos.”
Galen! Galen havia vindo me resgatar!
“O veneno da lamina do orc vai matar Knoss antes do fim do dia, você não tem mais utilidade para mim.”
Então ele soltou minhas mãos e me preparei para a luta. O fauno pareceu pensar e então me puxou com força da cama, me jogando ao chão.
“Venha, vou te dar uma chance de viver.”
Fui arrastado pelo refúgio até a porta que dava acesso ao labirinto. O fauno tocou na porta e murmurou algumas palavras e ela deslizou para o lado, revelando um corredor do labirinto.
“Vá, ache seu irmão e volte para o buraco de onde vieram.”
Eu olhei para o corredor na minha frente, e então olhei para a forma inerte da fera sobre a cama... Galen estava nessa ilha, mas o que seria da fera?
“Oh, você está em dúvidas? Deixe eu te ajudar: Tritão é traiçoeiro, ele deixou seu irmão entrar, mas não vai deixar ele sair, pouco a pouco ele e os homens que ele trouxe estão enlouquecendo por causa da magia do labirinto, você é imune a ela por ter o sangue de Minos. Mas eles vão enlouquecer e morrer dentro do labirinto assim como todos antes deles.”
Sem reação fiquei parado olhando para o fauno, Galen não sucumbiria assim tão fácil, isso não era possível.
“E Então, o que você escolhe, salvar o seu irmão ou salvar o animal assassino?”
Eu olhava para o corredor e para o refúgio, Galen deve ter tido a mesma escolha antes não? Na ocasião ele escolheu se salvar, escolhe me sacrificar para salvar as tribos, e eu seria capaz de pagar na mesma moeda?
O fauno disse que o Minotauro teria até o fim do dia, a espada envenenada estava dentro do labirinto, se eu achasse a espada eu poderia tentar descobrir o veneno e como combate-lo, eu poderia salvar os dois, Galen e o Minotauro, ou era isso que eu estava tentando me convencer, como eu convenceria Galen a me ajudar?
Que tipo de dívida eu tinha com a fera, ela me prendeu aqui, assassinou as outras crianças do grupo e provavelmente faria o mesmo comigo em breve. Estava na minha frente uma chance de voltar para casa, de ignorar essas últimas semanas e voltar a ser feliz.
Com lagrima nos olhos entrei correndo dentro do labirinto.
“Fuja ratinho, fuja, eu vou me certificar que outro animal morra hoje”
Escutei antes da porta de pedra se fechar.