Romance Proibido - Cap. 5: Revelação.
Romance Proibido - Capítulo 05:
Revelação.
Todo o bom humor causado pela minha recente experiência com Patrick, havia sumido na hora. Havia percebido o quanto Rafaela observava o Daniel, mas ela me pedir para ajudar a conquistar ele, era algo que não esperava. Na verdade, costumava a ajudar ela com os garotos que estava gostando, mas não queria ela namorando com o Daniel. Não queria ninguém namorando com o Daniel. Eu o queria somente para mim.
- E então o que me diz. Vai me ajudar né? Já percebi que Bianca é super ciumenta com o irmão. Então não posso pedir a ela, e como você está se aproximando dele... você é perfeito para me ajudar. - disse Rafaela.
Não sabia o que responder. Se dissesse que não, ela estranharia, já que sempre costumo a ajudar em coisas assim. Se inventasse uma desculpa, como Daniel já estar namorando, ela poderia perguntar e ele desmentiria.
- Sim, ajudo... - disse hesitante.
- Você sabe que te amo, né? - disse ela me abraçando.
- Cuidado, se Bianca vê isso ela lhe mata. - disse Daniel rindo, entrando na sala.
- Então eu largo ele. Preciso dele vivo. - disse Rafaela me largando.
Daniel se aproxima de nós, ele estava um pouco suado. Mas o deixava mais sexy ainda.
- Onde você esteve nesse período? - perguntou Daniel olhando para mim.
- Estava falando com a diretora. - menti.
- Ah tá. Entendi... vocês não vão acreditar, teve um garoto de nossa turma que foi ao banheiro e disse que ouviu vários gemidos lá dentro. E eram dois garotos. Mas ele não conseguiu identificar pela voz. - disse ele rindo.
- Sério? - perguntou Rafaela.
Senti meu coração quase saindo pela boca. Para cada uma coisa boa que acontecia comigo, era seguido de diversas ruins. Estava muito chocado com aquela situação, não sabia o que dizer.
- Que horror... - disse tentando disfarçar meu nervosismo.
- Muito nojento. Já não basta serem viados, terem que ficar trepando no banheiro... Acho essa gente muito nojenta. - disse Rafaela.
Não acreditei no que Rafaela havia dito. Aquelas palavras doeram muito. Não podia acreditar que ela pensava daquela forma. Jamais poderia lhe contar sobre mim... ela não iria querer falar comigo nunca mais.
Sem dúvidas, mesmo minha primeira vez tendo sido ótima. Aquele estava sendo um péssimo dia. Queria cavar um buraco bem fundo e entrar lá dentro e nunca mais sair.
- Não tenho problemas com gays. Acho que se eles optaram por isso, devemos respeitar. Eles são tão normais quanto todo mundo. - disse Daniel sério.
Fiquei surpreso pela forma que Daniel repreendeu o que Rafaela havia dito. Era mais uma qualidade a ser acrescentada a lista que eu já havia criado para ele.
- Arrasou ocó. Gaganás se orgulharia de ti.- disse Patrick entrando na sala.
- Enfim... vou para a minha sala, que isso está comendo a encher. Lucas, não esquece de fazer aquilo que pedi. Tchau Daniel - disse Rafaela levantando e saindo da sala.
- Essa piranha fez a egípcia para mim. Depois eu faço macumba pros peitos dela murchar e vem dizer que não sabe o motivo. - disse Patrick apontando para fora da sala, na direção em que Rafaela havia saído.
- Perigoso você. - disse Daniel rindo.
- Você não imagina quanto. Sou uma mistura de Paola Bracho com Nazaré Tedesco. Mexe comigo para você ver. - disse Patrick.
- Melhor não então... - disse Daniel ainda rindo.
Outros alunos começaram a chegar em grupos. E nós sentamos em nossas cadeiras. Todo mundo também, a próxima professora nós chamávamos de ‘’demônia’’ por sempre estar brava e descontar em nós. Daniel me cutucou. Virei para ver o que ele queria.
- Quem é ele? - pergunta ele apontando com seu olhar para Patrick.
- Ah... é o Patrick, ele era de outra turma. Mas foi transferido para a nossa, mas não sei porquê. - respondi.
- Ele é uma figura. Gostei dele. - disse Daniel rindo.
Estava surpreso por Daniel, diferente de todos os outros garotos, gostar do Patrick. Ele realmente não tinha preconceito algum. Mas quando ele me disse aquilo, senti um certo ciúme.
O último período passou muito rapidamente, novamente não consegui me concentrar no conteúdo da aula. Fiquei pensando e processando tudo que havia acontecido aquela manhã. Não estava muito bem, agora estava batendo um sentimento de culpa em mim, só agora havia percebido que o que tinha feito com Patrick no banheiro, era uma traição. Mesmo meu namoro com Bianca sendo de fachada. Sabia que se Bianca soubesse, sofreria muito.
Mas o que mais me incomodava era o pedido de Rafaela para a ajudar com Daniel. Além de suas dolorosas palavras sobre gays. Por eu ser um e ser eu naquele banheiro, aquilo foi dito diretamente para mim. Nunca havia ouvido algo tão preconceituoso quanto aquilo, não sabia que doía tanto. Agora já imaginava o quão difícil deveria ser para o Patrick ter que lidar com pessoas assim todos os dias.
Além de tudo isso, sentia esse ciume sobre o que Daniel havia me dito sobre o Patrick. Sentia que minha cabeça ia estourar, não sabia o que resolver primeiro. Estava acontecendo muitas coisas comigo e tudo muito rápido.
O sinal tocou anunciando o fim da aula. Finalmente poderia ir para casa e pensar melhor sobre tudo aquilo. Sem dúvidas tinha muitas coisas para contar para o Bruno, torcia que dessa vez ele estivesse online.
Guardei meu material e estava já saindo quando o Daniel corre para me alcançar.
- Hey... tava pensando em fazer uma festa nesse findi. Assim eu poderia conhecer melhor o pessoal da escola, me enturmar e tals... O que você acha? - perguntou ele.
- É uma ótima ideia. - respondi.
- Legal, então... sexta a noite espero te ver lá. - disse ele sorrindo.
- Claro que estarei. - respondi sem jeito.
Daniel me acompanhou até a parada de ônibus, mas meu ônibus passou primeiro que o seu. Queria ter ficado mais tempo que ele, mas não podia deixar de pegar e ficar mais meia hora ali esperando, já que o seu passaria em menos de cinco minutos. Cheguei em casa, larguei minha mochila sobre o sofá e fui direto para cozinha. Meus pais já estavam se servindo. Me sentei a mesa junto deles, pegando meu prato para começar a me servir.
- E então? - perguntou minha mãe me encarando.
- Então o quê? - perguntei sem entender.
- Convidou a namorada como havíamos combinado? - perguntou ela.
- Não... eu me esqueci... Acho até melhor ela não vir ainda, recém começamos a namorar mãe, nem sabemos se é sério ainda. - respondi.
- Não me importa, me dá seu celular. - disse ela estendendo sua mão.
- Não! - disse.
Ela pegou meu prato e ainda com sua mão estendida diz:
- Se você não me passar seu celular, você fica sem comer. Me dá logo. - disse ela.
- Rosana, menos. - disse meu pai a repreendendo.
- Não, ele havia prometido. Se não cumpriu, eu mesmo farei. Me passa o celular Lucas. E se você não me der, você não almoça, não janta e não sai de casa. Não estou brincando, o celular! - disse ela me encarando.
Não podia acreditar naquela atitude infantil que minha mãe estava fazendo. Mas dei meu celular, pois a conhecia e sabia que não me deixaria em paz e o que eu mais queria hoje, era ficar quieto em meu quarto.
- Tá, pega. - disse entregando meu celular inconformado.
Ela pegou meu celular e devolveu meu prato. Ela começa a mexer nele. E depois o aproxima ao seu rosto, ela devia estar ligando para Bianca. Aquilo era muito vergonhoso.
- Bianca? Oi, aqui quem fala é Rosana, a mãe do Lucas... também é um prazer falar contigo... então, meu filho costuma se esquecer fácil das coisas, então estou lhe ligando porque gostaria que viesse almoçar conosco no domingo... ótimo, então estaremos esperando por você. Abraços... - disse ela, agora desligando meu celular e o devolvendo.
- Não acredito que você fez isso. - disse a encarando.
- Eu tenho meus direitos como mãe. E um deles é saber que nenhuma vadia vai tentar se aproveitar do meu bebê. - disse ela.
- Não exagere, Rosana. Essa menina não quer ser aproveitar do Lucas... - disse meu pai.
- Você não conhece mulheres, como eu conheço. Primeiro namora, depois engravida e força que se case com ela. Pra depois ser bancada até quando se cansar e procurar um mais rico. Mulher não presta, Adolfo. - disse ela.
Comi rapidamente para não ter que aguentar mais das maluquices de minha mãe. Após terminar, segui para meu quarto e liguei meu computador para falar com Bruno. Esperei iniciar e então abri o Skype. Ele novamente estava offline, já estava preocupado. Normalmente ele nunca ficava sem conectar tanto tempo assim. E se ficasse sem internet me mandava uma mensagem em meu celular. Mas não havia feito.
Me joguei na cama e respirei fundo. Tinha muitas coisas para pensar, mas não levou alguns minutos e estava tão cansado mentalmente que adormeci. Acordei somente com minha mãe me chamando para jantar. Jantamos sem maiores problemas e voltei para meu quarto. Verifiquei se Bruno agora estaria online, e novamente nada.
Abri meu Facebook para ver se tinha alguma mensagem sua lá. E também não havia nada. Mas tinha algo lá de outra pessoa... Patrick, ele havia me adicionado. Hesitei, mas aceitei a solicitação. Fui até seu perfil e vi que também havia adicionado ao Daniel. Aquilo reacendeu o ciume que havia sentido durante a manhã. Após o que Patrick havia feito comigo, não podia confiar nele tentando se aproximar do Daniel. Não ia deixar limpo e então fui falar com ele.
Lucas Portes: Patrick, porque adicionou o Daniel? O que você está planejando?
Patrick Germanotta: Eu não adicionei ele amore, foi ele que me adicionou... :* tá com ciumes?
Lucas Portes: Claro que não... apenas achei que fosse você que o adicionou e não posso deixar que você o chantageie como fez comigo!
Patrick Germanotta: E quem disse que eu quere dele o mesmo que quero de você? ;)
Lucas Portes: Como assim?
Patrick Germanotta: Deixa quieto bebê. Logo você saberá. :P agora vou dar uma saída, vou pra casa de uma amiga. Te vejo na escola, beijos. Fui ♥
Lucas Portes: Tchau...
Estava me corroendo de ciumes. Porque Daniel havia adicionado o Patrick? Não sabia se ele era gay. Mas não conseguia, estava muito irritado com aquela situação. Não queria eles perto. Me joguei novamente na minha cama, tinha muitas coisas para pensar. Quando ouço meu celular bipar, era uma mensagem. Fui ler e era de Rafaela.
‘’Daniel vai dar uma festa na sexta, ocasião perfeita pra você me ajudar para nós ficarmos. Preciso que você faça ele ficar comigo, antes que ele fique com qualquer outra lá. Amanhã a gente se fala, beijos. - Rafa’’
Hoje era o dia em que descobri o que a palavras ciumes significava. Não queria imaginar o Daniel com ninguém além de mim.
O restante da semana se passou até que normal. Tirando os olhares e sorrisos de Daniel, as indiretas de Patrick, e Rafaela toda hora me cobrando sobre a ajudar com Daniel. Bianca a cada dia estava mais grudada em mim, passávamos todos os intervalos juntos e ficávamos trocando mensagens no celular durante as tardes e noites. Tentava enrolar para não sairmos muito, dizendo que precisava estudar. Mas ela estava animada com o almoço com meus pais.
Havia chegado a sexta-feira e estava já preocupado com a festa. Não havia o que fazer, teria que falar com Daniel sobre a Rafaela, se não fizesse ela jogaria isso em minha cara durante o resto do ano. Torcia mais que tudo que Daniel não sentisse nada por Rafaela. Já estava próximo do horário da festa e eu estava terminando de me arrumar quando ouvi buzinadas de um carro em frente a minha casa. Era Rafaela e seu irmão.
Me apressei e terminei de me arrumar. E fui até eles. Durante a viagem toda, Rafaela ficava sussurrando o que deveria dizer ao Daniel, cuidando para que seu irmão não ouvisse.
Chegamos lá e já tinha muita gente. Quando Daniel nos viu chegar veio direto a nós, me abraçando e depois dando um beijo no rosto de Rafaela.
- Que bom que chegaram. Conheço quase ninguém aqui. - disse Daniel.
- Mas o objetivo era de você conhecer mais pessoas. - disse rindo.
- Sim, mas não sou muito bom para puxar assunto. Já avisei a Bianca que nessa noite vou ter que roubar o namorado dela para me apresentar a esse povo. - disse ele sorrindo.
- Ui, que perigo. - brincou Rafaela.
- Falando nisso, acho que Bianca pode precisar da sua ajuda Rafaela. Um garoto derrubou bebida na roupa dela e ela recém subiu pro quarto. - disse Daniel.
- Vou ajudar lá então. Até daqui a pouco garotos. - disse Rafaela se afastando e piscando para mim.
- E eu preciso da sua ajuda, me acompanha até meu quarto? To com um cds lá e queria ver quais poderíamos por para tocar. - disse Daniel.
- Claro... vamos lá. - disse sem jeito, lembrando o que quase havia acontecido naquele quarto.
Subimos as escadas e fomos até lá. O segundo andar estava sem ninguém, todas da festa estavam só no terreo. Entramos no quarto e agora tinha uma estante próximo a escrivaninha e estava cheia de livros, dvds e cds. Tinha bastante coisa legal lá.
- Nossa, quanta coisa maneira aqui. - disse olhando os títulos.
- Sim... não podia deixar isso lá na casa de meu pai. Sou muito apegado as minhas coisas, mas se quiser pegar emprestado qualquer coisa, fique a vontade. - disse ele.
- Obrigado. - disse com um sorriso.
- Então... antes de vermos os cds, me diz uma coisa...
- Sim, claro. - disse prestando atenção nele.
- O que foi aquela piscada da Rafaela para ti? - perguntou ele desconfiado.
- Não se preocupa, não era nada demais. - disse disfarçando.
- Você está mentindo, eu sei... - disse ele me encarando.
- Tá, eu conto... Rafaela me pediu para que eu a ajudasse a fazer com que você e ela ficassem. Então, se você quiser... saiba que ela está afim de você... - disse sem jeito.
Ele ficou calado. Devia estar pensando se ficaria ou não com ela. Essa noite seria péssima.
- Mas eu não quero ficar com ela... - disse ele.
- Tudo bem... Eu converso com ela. - disse aliviado.
- Eu quero você! - disse ele.
Antes que eu pudesse falar algo, ele se aproximou de mim, se inclinou aproximando seu rosto ao meu... e me beijou!