Prato Principal

Um conto erótico de Giakomo
Categoria: Heterossexual
Contém 1955 palavras
Data: 30/04/2011 20:24:59

Casa dos Contos

Leitura que atiça os sentidos, despertando fantasias e desejos. Difícil não imaginar-se envolvido nos obscenos prazeres ali detalhados.

Estimulado a colaborar com o site, insinuei transformar em conto uma curiosa situação que, sem querer, presenciamos dias atrás num pequeno restaurante, mas, porém, colocando-nos no lugar dos verdadeiros protagonistas e incluindo um instigante desfecho. Linda, envolvente, curiosa, sempre disposta a desafios, Kat olhou-me dentro dos olhos afirmando que, se publicado e bem avaliado, ela transformaria pessoalmente em realidade cada detalhe do meu relato!

"Prato Principal"

Final de verão, noite agradável de uma quinta-feira, Kat estava exuberante, seu olhar brilhante e sorriso franco escancaravam ao mundo sua alegria. O vestido verde-petróleo, contrastando com sua alva pele e cabelos dourados, evidenciava ainda mais sua beleza.

Desfilava com elegante descontração, atraindo olhares encantados.

Atravessamos o átrio que dá acesso ao salão principal do charmoso bistrô e a recepcionista, simpática, nos conduziu à mesa localizada num longo e estreito salão no andar térreo, abaixo do nível da rua, onde nos acomodamos.

Tons ocre, marrom e vinho e a luz tênue valorizavam a decoração, composta de poucas mesas e finas poltronas estofadas. O requintado fundo musical conferia estilo e um aconchegante clima intimista ao lugar.

A ampla vidraça na parede dos fundos criava a sensação de perfeita integração com o discretamente iluminado jardim de inverno. Impossível não sentir-se à vontade num espaço tão bem resolvido.

Embora o salão principal estivesse repleto, neste ambiente éramos os únicos clientes.

Permanecemos alguns instantes em silêncio nos familiarizando com o agradável lugar. Nosso devaneio foi logo interrompido.

O garçom aproximou-se e encostando-se na borda da mesa, pressionou, sem querer, o antebraço de Kat ali repousado.

Sentindo o inconfundível volume em contato com sua pele, com um discreto e ágil movimento, livrou-se da constrangedora situação.

Foram segundos, mas o brilho no olhar e a perceptível alteração de sua respiração, deixaram evidente sua repentina surpresa, ou excitação, causada pelo inusitado incidente.

O garçom, aparentando entre 35 e 40 anos, alto, bem vestido, gestos firmes, podia não ser um exemplar de beleza, mas era um homem atraente e, certamente, sua virilidade rude despertava especial atenção no público feminino, talvez nem tivesse se dado conta daquele pequeno deslize.

Mas, ao retornar com o cardápio e perceber a mão de Kat na mesma posição, certamente achou interessante aproveitar-se da oportunidade. Ao invés de nos entregar o menu, passou a nos descrever as melhores opções, explicando vagarosamente a composição e os ingredientes de cada prato. Enquanto seu indisfarçável volume cumpria, sutilmente, um ritual bem menos inocente.

Esta cena se repetiu em praticamente todas as oportunidades que o garçom esteve em nossa mesa. Assim foi com a escolha dos vinhos, do antepasto, da sobremesa, do café, do licor e, também, na hora da conta, que deixou sobre a mesa enquanto foi buscar a máquina de cobrança.

Antes que retornasse, Kat, provocativa, escreveu rapidamente na pequena ficha de avaliação que se encontrava junto à conta:

Tudo Excelente! Só faltou o “Prato Principal”!

Pagamos e fomos embora. Ela, tentando imaginar a reação do garçom ao ler a frase. Será que ele entenderia a referência ao “Prato Principal”?

Sábado, manhã preguiçosa e ensolarada. Acordamos um pouco tarde, Enquanto fui preparar café, torradas e suco para nosso desjejum, Kat foi para o banho. Quando saiu, rindo confessou-me que, lembrando-se do que havia acontecido no bistrô, ficou excitada e não pôde evitar que o quente jato d’água da duchinha, estrategicamente direcionado, provocasse uma doce e íntima “viagem”!

Nos momentos de maior excitação, sempre nos provocamos com propostas mais ousadas, fantasiando uma terceira pessoa nos observando ou mesmo participando de nossa intimidade. Brincamos com essa possibilidade, analisando um amigo, amiga ou mesmo algum desconhecido que encontramos em eventos, bares ou passeios, imaginando as reações, deles e nossas, numa situação dessas. Mas, concretamente, nunca ousamos avançar a fronteira.

Durante o decorrer de todo o dia, foram várias as brincadeiras em torno do fato, Kat descrevendo detalhadamente cada cena, inclusive que o garçom deveria estar sem qualquer roupa íntima e, por isso, pode perceber nitidamente as dimensões do tal “prato principal”.

Embora com uma conotação meio jocosa, toda vez que ela repetia a história era visível uma discreta excitação e, talvez, indiscretas intenções.

Como ainda não havíamos programado nada para a noite, sugeri que voltássemos ao restaurante, afinal seria interessante “apimentar” um pouco mais nosso promissor final de semana. Kat, com um sorriso para lá de mal intencionado, topou na mesma hora!

Liguei para o restaurante e reservei a mesma mesa da noite anterior. O ambiente, afastado do salão principal, favorecia as nossas “quartas” intenções.

Kat vestiu-se de forma discretamente sensual, vestido preto, que permitia imaginar tudo o que tentava esconder, quando a vi pensei imediatamente que nosso final de noite seria mais um delicioso festival de prazeres!

Chegamos por volta das 21 horas, fomos diretamente para a mesa reservada. Kat observando atentamente para certificar-se da presença do garçom. Não o vimos e, em poucos minutos, outro garçom veio gentilmente nos atender. Deixou sobre a mesa pequenas porções de petiscos como entrada. Feito nossos pedidos, trouxe-nos, primeiramente, as bebidas. Ficamos degustando um espumante, saboreando o antepasto e conversando sobre o movimento do restaurante, bastante calmo para uma noite de sábado.

Kat ficou um pouco “desconcertada” com a ausência do garçom, principal motivo por estarmos ali, mas, alegre e descontraída como sempre, logo abriu seu sorriso e ficamos à vontade curtindo nossa noite, a boa música, bom prato e excelentes vinhos.

Antepasto, espumante, prato principal, vinho tinto seco, sobremesa, vinho branco doce, café e licor! Estávamos absolutamente satisfeitos. Como já era quase uma hora da madrugada e o restaurante quase deserto, resolvemos pedir a conta, afinal não seria desta vez que Kat provocaria uma nova sessão de “aquilo no braço, braço naquilo”! Quem sabe outro dia!

Ao entregar o pequeno caderno com a conta, o garçom, curiosamente, o depositou na mesa em frente à Kat, ou seja, como se fosse ela quem iria pagar e em seguida saiu sem esperar. Estranhamos a atitude, normalmente entregam a conta para o homem e esperam para receber.

Quando Kat abriu o caderno de couro, outra surpresa, a conta não estava lá, em seu lugar estava um guardanapo escrito “Ainda é cedo!” e embaixo “Prato Principal”. Curiosos e estimulados pelo inusitado bilhete, ficamos sem qualquer reação.

E agora? O que fazemos? Esperamos um tempo e ninguém apareceu, nem o garçom, muito menos o “prato principal”. Pedi que Kat me aguardasse enquanto subiria até o salão principal verificar e saber o que fazer. Ela me apertou a mão e pediu, preocupada, que voltasse logo. Senti sua mão trêmula e transpirando. Acho que uma reação inesperada à sua provocação na noite anterior a deixou assustada.

Dirigi-me até o balcão do bar, onde parecia ser o “caixa”. O restaurante estava realmente vazio, todos os clientes e funcionários já haviam deixado a casa. Somente o garçom, o mesmo da noite anterior, estava no lugar do “caixa” fechando as contas da noite. Esse era o motivo de termos sido atendido por outro garçom. Perguntei a ele se estava tudo bem com nossa conta, fingindo, deliberadamente, não saber do indiscreto bilhete que ele enviara para nossa mesa.

Ele se desculpou e, já saindo em direção aos fundos do restaurante, pediu-me, encarecidamente, se eu não poderia ficar um pouco ali no caixa, ele retornaria em alguns minutos para fechar nossa conta e, também, o restaurante. Disse que final de noite é sempre assim, “sobra” para ele, e saiu agitado e aparentando pressa.

Respondi, inevitavelmente, que tudo bem. Aguardei por algum tempo, quinze ou vinte minutos no máximo, enquanto folheava uma carta de vinhos. Ele retornou e, um pouco mais agitado e ofegante, agradeceu e me entregou a conta que paguei com o cartão.

Em seguida, sempre muito apressado para fechar o restaurante, me acompanhou até a mesa e, quase nos convidando para sairmos logo, nos encaminhou até a saída, quando nos agradeceu a atenção, a minha e, principalmente a de Kat. Saímos ambos um pouco aturdidos. Kat um tanto ofegante, respirando mais rápido que normalmente.

Chegando ao estacionamento, pegamos o carro e logo que deixamos o local comentei que o cara estava estranho. Kat, ainda se recompondo, me perguntou o que havia acontecido e eu questionei porque ela estava me perguntando. Foi aí que ela me contou o que realmente havia acorrido.

Quando ela estava sozinha na mesa me aguardando, o garçom chegou por trás e, já tocando seu cabelo, fez um sinal de silêncio colocando o dedo indicador sobre os lábios dela, dizendo já próximo de seu ouvido para ela ficar sossegada que já estava tudo combinado. Ela, imaginando que eu “aprontara” aquela sinuca ficou sem saber o que fazer.

Antes de qualquer reação, ele a puxou da cadeira e segurando-a delicadamente, mas com firmeza, encostou-a na mesa e, num movimento rápido, levantou seu vestido, abaixou sua calcinha e fez com ela mesma guiasse, com sua própria mão, o avantajado “prato principal” e o acolhesse num movimento ritmado de entra e sai, fazendo-a, numa questão de minutos, atingir seguidos e intensos orgasmos como poucas vezes sentira em toda sua vida.

Tudo foi muito rápido, descontrolado e mágico!.

Da mesma forma como chegou, apressado, deu-lhe um beijo rápido e, colocando novamente o indicador em seus lábios, disse pausadamente que tudo estava combinado, que não precisava tocar nesse assunto e que iríamos nos encontrar novamente. Os três! Completou dizendo que hoje tinha sido apenas um “antepasto” e que ela não perderia por esperar o verdadeiro “prato principal”. Saiu rapidamente ajeitando a roupa e o “ex-volume”!

Fiquei pasmo! Nem sabia o que dizer! Voltar lá e armar a maior zona? Ficar bravo com ela? Brigar? Ela ficou me olhando, surpresa, sem entender o que estava acontecendo e, também, um pouco constrangida por eu tê-la deixado só, pois sempre havíamos combinado que se um dia fizéssemos uma aventura qualquer seria um olhando para o olho do outro, junto mesmo! Ela não havia percebido, ainda, que eu não sabia de nada.

Quando expliquei, ela ficou tão brava quanto eu. Pensamos em retornar, tirar uma satisfação, mas não achamos conveniente, afinal, nós é que fomos os responsáveis pela provocação. A culpa era única e exclusivamente nossa. Ficamos em silêncio até chegarmos a nossa casa, cada um se remoendo em seus próprios pensamentos.

Permanecia um clima de indignação e raiva, tomamos um banho e resolvemos tomar algo que nos fizesse relaxar. Depois de consumir avidamente duas doses de Red Label, Kat já estava bem menos tensa. Como ela estava muito preocupada com tudo e principalmente comigo, resolvi mesmo ciente de estar mentindo descaradamente, inventar uma meia verdade para deixá-la mais tranqüila.

Disse-lhe, que num primeiro momento fiquei desconcertado, mas não podia negar que, apesar da ousadia do garçom, toda aquela situação havia sido extremamente excitante, totalmente fora de nosso controle ou fantasia e que se não tivesse sido dessa forma talvez jamais tivéssemos coragem para romper nossas barreiras.

Dizendo isso de forma bastante afirmativa, perguntei-lhe se não concordava. Sentindo-se mais à vontade, respondeu convicta que também achava e não podia negar que a surpreendente maneira como tudo aconteceu e tendo confiado plenamente nas palavras do garçom de que estava tudo combinado comigo, deixou-a totalmente desarmada e muito excitada. Afirmou que, embora tudo tenha sido tão rápido, ela nem sabia quantas vezes atingira seu clímax.

Para minha inesperada surpresa, estávamos totalmente excitados com nossa conversa e, ali mesmo, na sala, acabamos deixando explodir nossas vontades e transamos como loucos, saboreando os detalhes que ela insistia relatar sobre o que sentira a pouco, ao ser praticamente forçada a entregar-se debruçada na mesa do bar. Curtimos uma das melhores madrugadas de prazer e esgotados caímos no sono.

Quem mexe com fogo pode sair chamuscado! Foi nossa lição!


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